A Mercedes-Benz vê alta rentabilidade no segmento de caminhões pesados na Europa. Tanto é que, só nessa aplicação, a fabricante alemã tem três diferentes linhas de modelos, com propostas distintas. O último integrante da família é o Arocs, lançado recentemente para explorar o setor de construções. E ele chega com algumas inovações interessantes. O modelo tem 16 níveis de potência – já adaptados às normas de emissão Euro VI –, câmbio automatizado de série, direção com assistência eletrohidráulica, sete opções de cabines e um inédito sistema de tração para a versão com quatro eixos.
Além do Arocs, a linha de pesados da Mercedes conta com o Actros – o mais antigo da gama e de uma geração à frente do vendido no Brasil –, voltado para trajetos de longa distância, e o Antos, apresentado em 2012 e que foca no transporte de cargas pesadas em raios curtos. E, apesar de estar em uma faixa de PBT semelhante aos seus companheiros de gama, o Arocs usa uma plataforma diferente, com arquitetura modular. Dessa forma, ele apresenta versões de dois, três ou quatro eixos e PBT variável entre 18 e 41 toneladas. O grande destaque é no maior deles. A Mercedes usou uma disposição diferente dos eixos. No Arocs, o segundo eixo fica na parte posterior do caminhão e não junto ao da frente. Este eixo, por sinal, é deformável na altura e se adapta melhor aos castigados solos dos canteiros de obras. De acordo com a marca, os três eixos na traseira melhoram a aplicação de seu pesado porque permitem uma nova distribuição do peso do reboque e da carga em si.
Em termos de rigidez do chassi, a linha Arocs é dividida em duas propostas. A Loader é voltada para aplicações que necessitem maior carga útil, como o uso de semirreboques basculantes. Outro uso para o Loader é no transporte de misturadores de cimento. A Mercedes afirma que, pelo baixo peso inicial do Arocs, “sobra” uma margem maior para o equipamento. Assim, ele consegue levar até 8 m³ de cimento em cada viagem. Para uso em terrenos ainda mais acidentados, o mais adequado é o Grounder, que ainda tem as longarinas longitudinais com 9 mm de expessura.
A linha de motores também é um destaque do novo Arocs. Todos eles já são adaptados às normas de emissão Euro VI, que só começam a valer na Europa a partir de 31 de dezembro de 2013. Os propulsores do Arocs tem seis cilindros em linha, com tamanhos de 7.7, 10.7, 12.8 e 15.6 litros e que desenvolvem potências entre 238 e 625 cv. A estrela da companhia é o maior, chamado de OM 473. Ele já existia na linha de pesados da empresa, mas a Mercedes fez uma reengenharia no propulsor para deixá-lo mais adequado às necessidades da construção. Além da alta potência de 635 cv, a entrega de torque chama atenção. Nos testes da Mercedes em dinamômetros, os 305,9 kgfm da configuração “top” foram entregues a 1.100 rpm. Como a própria marca define, “no mundo real” o resultado é diferente. Mas mesmo assim garante que quase toda a força do propulsor está disponível entre 900 e 1.400 rpm.
transmissão é outra inovação. A terceira geração do câmbio automatizado PowerShift é um item de série no Arocs. Ele pode ter oito, 12 ou 16 marchas dependendo da versão. Se for necessário, uma transmissão manual de nove ou 16 marchas pode ser escolhida como opcional. A direção com assistência eletrohidráulica, que aumenta o conforto e a precisão, também é novidade. E a Mercedes ainda tentou focar no conforto da cabine. São sete configurações diferentes e 14 combinações totais possíveis, dependendo do comprimento e altura do habitáculo. O novo Arocs começa a ser vendido na Europa em abril, mas não tem qualquer previsão de comercialização no Brasil.
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