stradeiro nato, o Mercedes-Benz Axor 2044 4X2 tem o privilégio de ser o modelo mais potente da marca atualmente no País. Com seu motor de 428cv de potência a 1.900rpm, é um caminhão que conta com um trem de força eficiente, sobra espaço na cabine para motorista e ajudante, o teto é alto e a condução é fácil, além de outros atributos que têm conquistado carreteiros e donos de frotas.
Indicado para o transporte de longas distâncias, com todo tipo de carga e sem restrição de operação, seja sider, baú, carga paletizada ou até mesmo para o transporte de automóveis zero quilômetro, já que os motoristas cegonheiros gostam de operar com cavalos-mecânicos de alta potência, o Axor 2044 atrelado a um semirreboque sider de três eixos cedido pela fábrica da Mercedes-Benz para a equipe da Revista o Carreteiro chamou a atenção pelo seu sistema de freio. Trata-se do Turbo-Brake, que disponibiliza 540cv de força e possibilita que o conjunto cavalo-carreta percorra trechos de grandes declives sem que o motorista pise no pedal do freio. Isso com o veículo carregado no seu peso de balança: no caso em questão, com o PBTC de 40 toneladas.
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Modelo equipado com sistema de freio Turbo-Brake percorre trechos em declive sem necessidade de usar o freio de serviço |
Para confirmar a eficiência do sistema e suas vantagens, o trecho percorrido foi a descida da Serra do Mar pela Via Anchieta, rodovia que liga o planalto paulista e a cidade de Santos, onde está localizado o maior porto da América Latina. Antes, cabe uma pequena explicação para que o leitor não se confunda: além do Turbo-Brake, a Mercedes-Benz oferece também, desde o início de 1993, o Top-Brake, sistema que atua na compressão dos gases de escape diretamente no cilindro do motor. Cerca de três anos depois, o Top-Brake passou a ser item de série. Já o Turbo Brake, por sua vez, foi lançado em 2005, junto da linha Axor e até hoje é um item opcional nos veículos da marca.
O Turbo-Brake atua na contrapressão dos gases de escape, diretamente na turbina do motor. Consiste basicamente no aumento do estrangulamento dos gases através de um dispositivo que atua sobre a parte quente da turbina. Esta restrição na saída dos gases de escape faz com que a parte quente da turbina - que move a parte fria responsável pela admissão do ar - aumente sua velocidade proporcionando ao motor maior aspiração de ar. Coloca mais ar nos cilindros e, conseqüentemente, ocorre aumento da compressão que, neste caso, é utilizado para segurar o caminhão.
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Cabine com teto alto e alçapão oferece espaço e conforto para o motorista e ajudante |
O ar inserido no cilindro, em maior quantidade, obriga o pistão a atuar com mais força para atingir o ponto morto superior, e aumenta a eficiência da frenagem. "Todas as fases são controladas eletronicamente fazendo com que haja um monitoramento constante para resguardar a turbina de sobre-giro e o controle da compressão de ar pela válvula do Top-Brake", explica Eustáquio Sirolli, gerente de produtos da Mercedes-Benz do Brasil. No momento em que o Turbo-Brake está atuando, não há injeção de diesel nos cilindros.
Na prática, o Turbo-Brake começa a funcionar a partir do momento em que o motor atinge 900 rpm, e quanto maior o giro melhor seu desempenho para segurar o caminhão. A impressão que se tem é a de que o veículo estivesse vazio, mesmo com 40 toneladas de PBTC, e numa viagem longa, o motorista que já está acostumado ao sistema utiliza muito pouco o freio convencional. Outro detalhe, este informado pela Mercedes-Benz, é que o Turbo-Brake não aumenta o consumo de pneus. Já em relação à pastilha de freio - item utilizado pelo modelo Axor - chega a durar até 500 mil quilômetros. O semirreboque do conjunto cedido pela fábrica para a equipe de O Carreteiro era equipado com freio a disco nos dois eixos do cavalo-mecânico e também em todos os eixos do semirreboque.
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Painel de controle com fácil leitura das informações, posição da alavanca de câmbio bem posicionada contribuem para uma direção tranquila |
Durante a descida do trecho da Serra do Mar, foram gastos 20 minutos para percorrer 13 quilômetros com o Top-Brake em funcionamento e o motor operando na faixa de 1.900 rpm, em 5ª marcha reduzida. Técnico da fábrica informou que caso fosse um bitrem a marcha ideal seria a 4ª simples e 4ª reduzida no caso de um rodotrem.
Neste ritmo, o percurso é feito em velocidade média de 40 km/hora e o motor operando entre 2.000 e 2.400 rpm. Quando, eventualmente, o giro subia a 2.500 rpm, uma cigarra eletrônica se encarregava de avisar ao motorista que era o momento de dar um leve toque no pedal de freio para corrigir o giro. Durante a descida, o motorista ia combinando os sistemas Turbo e o Top-Brake, em média, 50% para cada um e ao final da descida os discos de freio estavam apenas mornos.
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Cabine com boas dimensões possibilita a existência de uma geladeira sob a cama mais um beliche como opcional |
Carreteiros que trafegam pela via Anchieta sabem que as chances de acidentes são maiores na segunda metade da descida da Serra, quando o sistema de freio já está quente e sem eficiência, acima dos limites de 600 graus para os discos e 120 para as lonas. No caso do Axor 2044, os sistemas de freio fazem uma grande diferença, principalmente em relação à segurança.
Mas o Axor 2044 4X2 tem pontos interessantes. Um deles é o computador de bordo que, entre outras coisas, informa ao motorista caso ele engate uma marcha errada. Informa também no painel - através de um sistema denominado WS (Wartung System) - os intervalos de manutenção do caminhão conforme seu uso. O veículo é confortável e transmite segurança para os ocupantes.
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Banco do motorista disponibiliza várias regulagens de acordo com o peso e altura do condutor |
Em velocidade cruzeiro, com velocidade em torno de 80 km/hora, o motor se mantém na faixa de giro de 1.200 rpm e pé bem leve no acelerador. A cabine é silenciosa, veda bem os ruídos do motor e externos, os comandos estão à mão do carreteiro, que não chega cansado ao final de cada jornada. Entre os opcionais para o modelo constam Turbo-Brake, geladeira, cama beliche, aparelho de ar-condicionado, teto alto com escotilha e pistola de ar para limpeza da cabine.
O preço de tabela do Axor 2044 4X2 gira em torno R$ 350 mil.
http://www.revistaocarreteiro.com.br/modules/revista.php?recid=692&edid=63