O mercado de caminhões semipesados segue entre os mais disputados e já representa 33% do total das vendas de caminhões no Brasil, dois pontos percentuais a mais do que no ano passado. Recentemente, o que se percebe é uma briga acirradíssima entre as marcas. A impressão que dá é que bastou a Scania entrar no mercado de caminhões semipesados e trazer consigo todo o conceito de conforto e tecnologia do caminhão pesado rodoviário, que outras marcas começaram a fazer sua parte nesse quesito. Ponto para o cliente, que agora conta com um leque de opções de veículos muito mais modernos para incorporar à frota.
O segmento de semipesados é o segundo maior em vendas do país, perde apenas para os veículos pesados. Para se ter uma ideia, em 2013 esse segmento fechou representando cerca de 31% das vendas, algo em torno de 50 000 caminhões, dos quais 70% eram trucados 6x2. O segmento de pesados fica com a fatia de 35% das vendas.
Não por acaso, durante o lançamento do Atego 2430 para a imprensa, Claudio Gasparetti, gerente da engenharia de marketing do produto caminhão da Mercedes-Benz, foi categórico ao afirmar que, com a chegada desse novo produto, a Mercedes-Benz quer recuperar a liderança e a simpatia deixada pelo modelo 1620 – sucesso de vendas da marca por anos e que conquistou muitos adeptos pela clássica cabine bicuda. Há 11 anos, a liderança do segmento pertence à Volkswagen e ao atual VW Constellation 24.280.
Mas em tempos modernos, o novo Atego 2430 marca um divisor de águas na linha de produtos Mercedes-Benz graças ao conceito EconFort que agrega novas tecnologias que prometem mais economia, conforto, força e desempenho. Na prática, os veículos começam a receber algumas modificações técnicas e de conforto.
No caso do Atego 2430, o destaque vai para a caixa automatizada PowerShift de fabricação Mercedes-Benz, oferecida como item opcional. É a G-211 12K de 12 velocidades, que traz três funções: EcoRoll (uma espécie de banguela controlada eletronicamente) que permite colocar o veículo em neutro de modo seguro, já que é executado sem a intervenção do motorista, com intuito de reduzir o consumo de combustível; Power que permite trocar marchas em rotações mais elevadas para fazer ultrapassagens ou vencer aclives, otimizando o desempenho do veículo, e, por fim, a função Manobra, que limita o giro do motor em 1 000 rpm durante as manobras, evitando o gasto desnecessário de combustível. Essa caixa inteligente dispensa o pedal de embreagem e os anéis sincronizadores, o que resulta em menos itens de manutenção. O eixo traseiro é de simples velocidade.
Vale ressaltar que, de série, o Atego vai ser ofertado ao mercado com câmbio manual, Mercedes G-131 de 9 marchas do tipo H sobreposto, o que facilita o engate das marchas. Porém, a expectativa da Mercedes-Benz, é que os pedidos dos clientes sejam quase na totalidade pela versão com a caixa PowerShift e, para isso, a fabricante está com um preço bastante agressivo para esse opcional, de R$ 5 mil.
Qualquer que seja a escolha da caixa, manual ou automatizada, ela vai operar em conjunto com o motor, também de fabricação Mercedes-Benz, o OM-926 LA com potência de 286 cv. Esse motor ganhou mais torque, de 127,5 mkgf de 1 100 a 1 200 rpm, o que resulta em melhores acelerações e retomadas e menos trocas de marcha, o que também ajuda na relação economia de combustível. Segundo a Mercedes, esse torque chega a ser cerca de 30% maior se comparado aos modelos da concorrência com potências inferiores a 300 cv.
Esse motor atende à P7 (equivalente à Euro 5) através da tecnologia SCR de pós-tratamento dos gases de escape, havendo a necessidade do uso do reagente químico Arla 32.
A nova geração de eixo traseiro MB HL-4 possui quatro novas relações, com destaque para a novidade i=3,58. Segundo Gasparetti, essa nova relação traz como benefício o menor nível de ruído na cabine, proporcionando mais conforto ao motorista.
O Atego 2430 6x2 possui distância de entre-eixos de 4 770 mm e 5 370 mm, e pode receber dois tanques de combustível de 300 litros cada um.
A Mercedes-Benz ainda dispõe do kit de peças originais para implementação no mercado do modelo versão 8x2. Quando indagado sobre a possibilidade de fazer a implementação do 8x2 dentro da fábrica, Gasparetti não descarta a possibilidade no futuro. “Hoje oferecemos toda a garantia das peças desse kit ao cliente que queira a versão 8x2”, completa o gerente de engenharia.
OPÇÕES DE CABINE
Dentro do conceito EconFort, a Mercedes fez melhorias na cabine do Atego, com destaque para o novo sistema de suspensão do habitáculo, que melhora o isolamento acústico graças ao baixo nível de vibrações.
A cabine ganhou novo revestimento interno do tecido, tapete e diversos porta-objetos – chama a atenção os espaços na parte superior da estação de trabalho. No item conforto, a Mercedes acrescentou, ainda, para-sol nas portas do motorista e do acompanhante, cabideiro e toalheiro. O banco do motorista possui suspensão pneumática, há também o assento com espuma de alta densidade e novas regulagens e nova cama – que tem opção de dimensão king size. Ainda como pacote da parte conforto, o cliente pode adquirir o veículo com ar-condicionado e de teto com escotilha.
O Atego 2430 6x2 traz cabines simples, estendida e leito teto baixo ou teto alto e, independentemente do tipo de cabine, o Atego pode ser implementado com carrocerias maiores, com comprimento máximo que pode chegar a 9,2 m (com entre-eixo de 4 700 mm) e 9,8 m (com entre-eixos de 5 370 mm), nas versões 6x2.
A Mercedes acredita que com a introdução dessas melhorias e o preço, algo em torno de R$ 235 000 (versão com câmbio manual) e de R$ 240 000 (versão com câmbio PowerShift), o Atego 2430 6x2 seja competitivo, podendo atrair, além de frotistas, compradores autônomos e pequenos frotistas, clientes do tradicional 1620.
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