sábado, 4 de outubro de 2014

MB Actros 4844 k 8x4

Nos últimos anos a marca Mercedes-Benz vem destacando todo seu vigor como fabricante de veículos comerciais, sobretudo em 2012, quando mostrou seu potencial evolutivo com a apresentação das gerações de suas gamas Accelo, Atego, Atron, Axor e Actros (algumas já renovadas na Europa). 
O Actros é a série Premium da marca e dispõe de versões para os segmentos rodoviário e fora de estrada, este, desde 1996, quando foi lançado na Europa, incomoda a concorrência devido a sua robustez e ao nível de equipamentos que traz de série.
Quando esse caminhão, na versão fora de estrada, chegou ao Brasil chamou a atenção de muitos empresários, já que se tratava de um veículo moderno e forte para atuar em situações extremas e, além disso, trazia consigo inúmeras opções de potência, entre-eixo, câmbio, configurados conforme a área em que atuaria dentro do off-road, identificados pelos sobrenomes P (plataforma), K (caçamba) e B (betoneira) para que o cliente elegesse o mais adequado a sua operação – diferenciais do mercado na época. 
A partir de 2012 a gama foi totalmente renovada em relação ao que era oferecido no Brasil, mantendo os mesmos atributos. Agora oferecendo muito mais ao cliente, pois, para atender a nova norma de emissões de poluentes, a Proconve fase P7, ganhou um motor mais limpo, nova caixa automatizada de segunda geração e novos equipamentos de segurança.
Para saber como ficou o Actros off-road, fomos para uma pedreira com o modelo-desejo no negócio com caçamba, o Actros 4844 K 8x4. Ele foi eleito pela sua sólida imagem de caminhão forte e produtivo, tanto que é consolidado no mercado brasileiro, onde está presente desde 2008, estabelecendo uma nova referência no mercado de caminhões.
Trata-se de um modelo que tem PBT técnico (Peso Bruto Total) de 48 000 kg e CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 123 000 kg. Por ter capacidade de carga líquida de 37 000 kg, dependendo do peso do implemento, permite a utilização de básculas com capacidade de até 20 m³.
A suspensão formada por molas parabólicas, amortecedores telescópicos de dupla ação e barras estabilizadoras colabora no conjunto da obra. Cada eixo das molas dianteiras suporta 9 000 kg e cada eixo das molas reforçadas da traseira suporta 16 000 kg, somando um conjunto de molas para 50 000 kg, suficientes para o perfil da operação em que o Actros 4844 K 8x4 vai atuar como pedreira, mineradoras, entre outras onde há a necessidade de robustez.
A suspensão dianteira possui um sistema de compensação de carga, reduzindo, assim, esforços no componente, oferecendo maior vida útil.
Seu predicado robusto também se deve ao redutor nos cubos e aos bloqueios transversal e longitudinal dos diferenciais traseiros, permitindo que o caminhão nunca perca a tração uniforme em todas as rodas, mesmo que em condições desfavoráveis. 
O propulsor adequado às operações off-roads é de fabricação Mercedes-Benz, o OM-501 LA de 6 cilindros em V. Sua potência é de 435 cv a 1 800 rpm e torque de 214 mkgf a 1 080 rpm.  Esse motor trabalha em conjunto com a segunda geração da transmissão Powershift, também produzida pela Mercedes. Trata-se da G 330, automatizada de 12 velocidades sem pedal de embreagem, que por ser mais inteligente possui um sistema chamado sensor de inclinação que elege a melhor marcha para o caminhão rodar conforme a inclinação da via.
Segundo a engenharia da marca da estrela, esses atributos do Actros possibilitam ao cliente ter o caminhão disponível 90% do tempo, parando apenas para as manutenções necessárias como trocas de óleo, filtros etc.
Faz parte do pacote off-road do Actros a embreagem dupla para suportar as demandas da atividade, sistema de direção com assistência hidráulica de duplo circuito, Top Brake (freio-motor Mercedes-Benz), freio eletrônico com ABS e ASR, retarder, bloqueio de deslocamento para partidas em rampas – tudo de série.
O caminhão ganhou distância de entre-eixos de 4 500 mm, 300 mm maior, permitindo a instalação de um tanque de combustível de 400 litros ou de uma báscula mais baixa.
Novidade para o sistema automático de compensação de carga dos eixos dianteiros, que permite remanejar a carga entre os eixos para evitar a sobrecarga em apenas um deles.
NA OPERAÇÃO
O caminhão foi avaliado pela revista TRANSPORTE MUNDIAL na Pedreira Santa Isabel, localizada no interior de São Paulo. Bem aceito por Dirceu Lemos, funcionário da pedreira há 18 anos, o caminhão chamou a sua atenção por ser equipado com transmissão automatizada e ter o mesmo nível de acabamento interno dos modelos estradeiros. “Não sinto que trabalho muitas horas, porque ele é automático, não preciso trocar de marchas ou ter que pisar na embreagem. Outro detalhe que me chamou a atenção é o alto nível de conforto, parecido a de um caminhão rodoviário, ele tem um ótimo banco, confortável e o ar-condicionado é essencial nesse negócio. Não preciso trabalhar com a janela aberta e respirar poeira”, explica o motorista.
Nem a rotina o deixa fadigado, já que durante todos os dias da semana, por 11 horas ininterruptas, Lemos sobe e desce as montanhas da pedreira com o caminhão carregado a uma velocidade que varia entre 30 km/h e 40 km/h. Lemos também destaca a segurança que o modelo oferece, graças a sua ampla área envidraçada.
A cada viagem dentro da Pedreira, o 4844 percorre uma distância de 2 km, de um canto a outro. E durante a jornada de 11 horas diárias, ele consome em média 8 litros por hora. 
Para a Pedreira Santa Isabel, o que mais despertou interesse no modelo é a capacidade de carga de 38 t, ou seja, 8 t a mais em relação aos outros modelos da frota, todos Randon capazes de carregar 30 t. A pedreira tem interesse em ampliar a frota com caminhões Mercedes-Benz, até para oferecer mais conforto aos motoristas, por isso, estuda também a possibilidade de entrar na compra um outro modelo da marca, o Axor 4144 6x4 com 4º eixo direcional.

CONCORRÊNCIA DE PESO
Não é arriscado escrever, mas a briga é bem acirrada entre os competidores desse segmento, sendo os principais representantes os suecos Scania G 480 8x4 e Volvo FMX 13 460 ou 500.
O Volvo 8x4 é indicado para operações em mineração, construção  e pedreiras, geralmente com caçambas sobre chassi, bombas de concreto e gruas, e na agricultura com
carrocerias para cana e madeira. O chassi produzido em aço de alta resistência, os eixos de tração de carcaça fundida e o grande vão livre do solo são destaques para esse perfil de atividade, assim como o cilindro de freios distante do solo e a cabine com suspensão em quatro pontos e amortecedores para atenuar vibrações. A Volvo oferece, ainda, a opção com I-shift acompanhada de uma consultoria de aplicação, já que dispõe de um software específico para aplicação off-road da caixa I-Shift, para adequá-la otimizando seus resultados. O FMX pode ser equipado com escada de inspeção de carga, tapetes de borracha com bordas altas para facilitar a limpeza; faróis de serviços que vão desde luzes no teto para iluminar o carregamento, até luzes de chassi e de aviso giroscópicas.
O Scania, o G 480 8x4, além de possuir potência equivalente ao do Actros, tem PBT técnico de 50 t.  A suspensão dianteira e a traseira possuem molas trapezoidais e sistema de leitura de peso dos eixos traseiros que pode ser acompanhado pelo motorista no painel de instrumento. O chassi possui longarinas e travessas de perfil “U” em chapas de aço estampado e profundidade constante e as travessas são rebitadas à alma das longarinas. A transmissão é a GRSO925R de 12 velocidades, duas 2 superlentas (crawler) e 1 overdrive. Trata-se de uma caixa adaptada para operações de construção pesada ou transportes de longo curso, em que o consumo de combustível deve ser otimizado. Esse modelo pode ser equipado com a transmissão na versão automatizada Opticruise, de fabricação Scania.

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