Em 1964, a Mercedes-Benz lançava uma nova série de caminhões destinada ao seguimento dos médios. O principal lançamento de 64 teve grande importância na trajetória da marca. Na história ele é considerado um dos principais marcos de qualidade e durabilidade da Mercedes.
Caminhão médio Mercedes-Benz L-1111 lançado em 1964.
O “Onze Onze” foi o grande precursor da cabine semiavançada da série AGL, que anos mais tarde faria muito sucesso com o querido L-1113, irmão mais potente do L-1111.
Mercedes-Benz "Onze Onze".
A nova cabine da Mercedes, que equipava sua linha de caminhões médios, foi classificada na época como do tipo DB semi-avançada, equipada com suspensão por feixe semi-eliptico transversal secundado por amortecedores telescópicos.
1964 nova cabine Mercedes-Benz tipo DB semi-avançada.
Na verdade, era a boa e velha cabine AGL – Tradicional, em um primeiro momento, na versão teto-baixo, evoluindo entre os anos de 1970 a 1971 para versão teto-alto, que equipou os modelos tais como o L-1113, L-1313, L-1513, 2013 (6x2), 2213 (6x4) e muitos outros até o final da década de 80.
Evento realizado em 2006 para celebrar os 50 anos da Mercedes-Benz no Brasil.
Sem sombra de dúvida o “Onze Onze” foi um veículo de grande representatividade na trajetória da marca no Brasil. Fato que em 2006 quando a Mercedes-Benz comemorou seus 50 anos de Brasil lá estava o valente L-1111.
O bom e velho caminhão médio dos anos 60 esbanja vigor em termos de durabilidade e resistência.
Concessionária Mercedes-Benz ostentava uma frota de nove caminhões L-1111.
Mercedes-Benz L-1111/36, zero quilometro, ano 1968 de propriedade da prefeitura municipal de Sapiranga - RS.
Salão do Automóvel de 1964. Lançamento do caminhão médio MB L/LK/LS-1111.
A imagem acima merece um capítulo a parte nesta publicação, uma vez que, retrata um marco histórico na trajetória da “Estrela de Três Pontas” no Brasil.
Pois bem, era o lançamento do MB 1111, grande novidade da marca alemã para o Salão do Automóvel de 1964.
Na época não se imaginava uma feira exclusiva para o seguimento do transporte. Muito menos, uma feira que alcançasse as proporções da fenatran 2011.
Em 1964, estava presente a pioneira Mercedes-Benz do Brasil, acompanhada por grandes marcas como: SCANIA-VABIS e FNM – Fábrica Nacional de Motores.
Nesta edição do Salão a Mercedes-Benz lançava o L/LK/LS-1111 com severas modificações no desenho da cabine do motorista. Até então a marca da Estrela só tinha lançado no mercado brasileiro os modelos L-312 de 1956, LP/LPK/LPS-321 em 1958 e LAP/LAPK/LAPS-321 com tração total (4X4) em 60.
Além do médio 1111, a Mercedes apresentou em 64, mais onze modelos de caminhões com especificações diversificadas, dois chassis de ônibus e um ônibus monobloco.
Mercedes-Benz 1111; ou “Onze Onze” como você preferir.
Conhecido como pai da família AGL o “Onze Onze” foi sinônimo de qualidade, robustez e durabilidade. Esses atributos empregados ao modelo garantiam um ótimo valor de revenda ao veículo.
Olhando por esse ângulo, o conjunto frontal dessa cabine dava um ar amigável ao 1111.
No que diz respeito ao trem de força o L-1111, vinha equipado com o motor Mercedes-Benz OM-321, o mesmo que equiparam os caminhões Cara-Chata LP-321, bem como, os ônibus de motor dianteiro LPO-321, e os monoblocos O-321 H e HL.
Propulsor Mercedes-Benz modelo OM-321 equipava o L-1111.
Esse motor trabalhava ainda com o sistema de injeção tipo indireta Bosch.
OM-321 com injeção indireta de combustível.
De aspiração natural – popular “maçarico” – e com seis cilindros em linha esse propulsor Mercedes-Benz gerava seus 110 cv de potência (DIN).
De 110 cavalos de potência.
No início o 1111 foi oferecido nas versões L, LK e LS.
A versão L era a única disponibilizada em três opções de distância entre eixos, sendo elas:
· L-1111/36 – 3600 mm;
· L-1111/42 – 4200 mm;
· L-1111/48 – 4823 mm.
Mercedes-Benz L-1111/42
Além das três opções apresentadas na versão L, tínhamos ainda a versão LK-1111/36 e LS-1111/36, ambas com 3600 mm de distância entre eixos.
Informe publicitário da época Mercedes-Benz LK-1111/36.
Mercedes-Benz LS-1111/36.
O L-1111/48 era um veículo indicado ao transportador com interesse em implementar 3º eixo, adaptado por montadores credenciados pela Mercedes.
L-1111/48 com 3º eixo.
A versão L-1111/48 adaptada com 3º eixo, garantia ao veículo um PBT de 18,5 toneladas. Com exceção das versões L-1111/48 e LS-1111/36 com semirreboque e CMT de 18.300 kg, as demais versões do 1111 garantiam um PBT de 10,5 toneladas.
As propagandas de revistas ostentavam as vantagens do caminhão médio L-1111. Na época a Mercedes-Benz tinha o slogan: “O que é bom já nasce Diesel”. Esse era apelo publicitário do momento para as vantagens dos veículos equipados com motores a diesel.
Em conjunto com o motor MB OM-321, trabalhava a caixa de câmbio tipo DB de cinco velocidades e uma ré. O eixo era de simples velocidade, sem redução e a embreagem do tipo monodisco a seco.
Folder Mercedes-Benz L/LK/LS-1111. (Cedido pelo amigo Evandro Fullin, editor do site http://caminhaoantigobrasil.com.br/).
Ficha técnica Mercedes-Benz L/LK/LS-1111. (Cedido pelo amigo Evandro Fullin, editor do site http://caminhaoantigobrasil.com.br/).
Um ano mais tarde, em 1965 a Mercedes-Benz lança a versão 4X4 tração total do 1111. A versão LA-1111 (4X4) foi à sucessora do Cara-Chata tração total LAP-321 (4X4).
Informe publicitário da época Mercedes-Benz LAK-1111/36 tração total (4X4).
O 1111 com propulsão nas 4 rodas foi oferecido nas versões LA, LAK e LAS.
LA-1111/42 (4X4).
Mercedes-Benz LA-1111/42 com propulsão nas 4 rodas.
A versão LA-1111 era a única com duas opções de distância entre eixos, constituída pelos modelos: LA-1111/42 (4X4) – 4200 mm de entre eixo e LA-1111/48 (4X4) com entre eixo de 4830 mm.
Integrava ainda a família 4X4 do 1111, as versões LAK-1111/36 (4X4) de 3600 mm de entre eixo e LAS-1111/36 (4X4) também com 3600 mm de entre eixo.
Versões do MB 1111 (4X4): Na linha superior da esquerda para direta estavam o LA-1111/42; LA-1111/48 (4X4) e na linha inferior também da esquerda para direita o LAK-1111/36 (4X4); LAS-1111/36 (4X4).
MB LAK-1111/36 (4X4) em testes.
Outro destaque ficava por conta da versão destinada ao seguimento da construção civil, LAK-1111/36 (4X4), que vinha com item de série equipado com tomada de força.
Com exceção do cavalo-mecânico LAS-1111/36 (4X4), que tinha CMT para 18.800 kg, todas as demais versões do 1111 com tração total tinham PBT para 11 toneladas.
Motor OM-321 que equipava a gama de caminhões 1111.
Todos os modelos 1111 com propulsão nas 4 rodas vinham equipados com o motor OM-321; caixa de marchas tipo DB modelo G-32, de cinco velocidades à frente e um à ré; embreagem do tipo monodisco a seco; eixo dianteiro e traseiro tipo DB – 322 com engrenagens hipóides; e como item opcional de fábrica a direção do tipo hidráulica.
Caixa de transferência e diferencial dianteiro.
No interior da cabine os modelos Mercedes-Benz 1111 contavam com: Banco do motorista ajustável em três posições diferentes; Banco para dois ou mais acompanhantes; Para-brisa de uma só peça; amplas janelas laterais e visores traseiros que proporcionavam excelente visibilidade; Dois grandes espelhos retrovisores externos que asseguravam manobras fáceis e seguras; Isolamento completo entre a cabine e o compartimento do motor, por meio de revestimentos à prova de calor e som; Amplos estribos laterais permitiam entradas e saídas rápidas.
Cabine semiavançada AGL Tradicional teto-baixo que equipava a variedade de caminhões médios 1111.
Todo o pacote de itens de conforto e segurança era bem destacado pelo fabricante. Embora tímido isso era o que a Mercedes oferecia na época.
Confira a partir de agora, algumas imagens de um clássico 1111 em perfeito estado de conservação.
Modelo MB, L-1111/42 (4x2).
Um tanto limitado era o 1111 se comparado com a atualidade, todavia, foi um veículo comercial que correspondeu às expectativas do mercado ao tempo que esteve em linha.
Texto: Paulo Henrique Lebedenco
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